O professor e pesquisador de comunicação e mídia, da Unesp, Marcos Tuca Américo, em entrevista a Luciane Mediato, para o Diário do ABC, diz que pensa a cultura digital como uma parte de nós mesmos, significando uma evolução, tanto no plano mental quanto na responsabilidade social, promovendo a solidariedade que está faltando no mundo real.
Tuca também não faz definições sobre essa cultura, mas a considera uma nova prática e forma de comunicação, que as novas tecnologias possibilitam. Além disso, segundo seu conceito, antes se considerava arte, apenas as obras físicas, como “as músicas e partituras, pinturas e quadros, literatura e livros”, mas no entanto, com a tecnologia mudou-se a plataforma usada pelos artistas.
Assim, a estrutura das obras virtuais podem ser apresentadas em outros meios, cuja digitalização inclui no seu conceito qualquer forma de arte, em que as unidades possam ser manipuladas eletronicamente, como no caso do cinema, rádio, televisão, imagem digital, música, web art e web design.
"Com a cultura digital é possível levar e transmitir arte de qualquer lugar do mundo. As pessoas das periferias brasileiras podem mostrar para os moradores da Inglaterra o trabalho CF51underground/CF do DJ da comunidade."
Segundo Tuca, neste universo de conhecimento e de trabalhos digitais, incluem-se os softwares livres, que permitem uma construção coletiva, uma liberdade do ponto de vista técnico, moral e ético, e cuja questão mais urgente da cultura digital no Brasil é a reforma na legislação de direitos autorais.
Em suma, para Tuca, essa mudança funciona como um auxílio aos criadores e artistas que conseguirem expressar a sua criatividade e dessa forma vão distribuí-la nesse ambiente com menos restrições, em termos legais, e assegurar à sociedade um equilíbrio "de direitos de acesso".